São Paulo, capital da pobreza e da morte!

Valas abrem, prédios sobem

o tempo corrompe

o dinheiro ameaça

sonhos de ontem

hoje é vida, raça!

Cavo

Trabalho miúdo

Pedaço a pedaço

Reconstruo o mundo

Quebrado, mal dado

Moldado em mentira

Montado em frangalho

Cria sou desse mundo

Mas imundo eu não saio...

Queria profundo

Quanto mais cavo fundo

Quanto mais fundo mundo

Menos eu caibo...

Atire a primeira pedra!

Quando sei, sou

Partindo de princípios

Conservadora possessão

Telemeguia teleguiada

Inadequação...

Controle é mentira

Controlado à sermão

A ira desses dias

Queimarão culpados,

Desvalidos e sem coração...

O perdão, eu não sei não...

Sereia

És ela própria, cheia de mistério...

com a força se levanta,
pirueteia a gravidade,
como que voa,
como que arde...

és toda ela quando ri
mas também quando chora,
quando ama e quando ira-se
mas não só...

há profundidade como um coração sem fim,
tricotando seus anseios, dos saberes de ser céu e estrela
és toda si sereia

Junino

Adeus Junho!
Mês de Santos e Xangô!
Cuidar da Família...
Quantas saudades...
Das crianças correndo,
Das risadas e choros,
Da fogueira e das plantas...
Intensidade junina
Eu queria que tivesse
mais dia, semana, mês...
Queria que a doença
não fizessem se separar
Que tal mês nunca vira-se
Todo o dia meu coração é teu
Me leve embora rápido nesse ano
Que eu quero estar nos braços
de quem eu amo!

Confetear

Bora jogar confete na vida
que a estima ja não se alta
que a vida auto mutila
se enfila os sentimentos
se sente, ensinamentos
respiro da solidão
de tanto querer A mão!

A gota

Quando a gente sai do chão
Não pisa firme, voa...

Nada pra se agarrar,
Só o vento...

Lhe vai faltar...ar...
Chova!